quarta-feira, 30 de maio de 2018

Prefeitura afirma que cinco estações do BRT na Zona Oeste foram dominadas pelo tráfico

Estação Cesarão I, localizada em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio (Arquivo)

Cinco estações do BRT entre Cesarão 1 e Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, foram tomadas pelo tráfico. A denúncia foi feita pelo secretário da Casa Civil da prefeitura do Rio, Paulo Messina, durante entrevista coletiva na tarde desta terça-feira no Centro de Operações Rio (COR). Com isso, essas estações não foram reabertas e seguem com as atividades suspensas até que a Segurança do Estado retome o controle das cinco estações do BRT.
— É algo gravíssimo. Não podemos deixar acontecer. Já estamos pedindo socorro imediato. O crime se aproveitou do momento em que o BRT não funcionou, no último sábado, para tomar o poder. Isso é inaceitável, e nós precisamos reagir — comentou.
Segundo Messina, após a falta de combustíveis provocada pela greve de caminhoneiros, o BRT não consegue voltar a circular normalmente na Zona Oeste por problemas de segurança. O secretário afirmou que as estações viraram "quiosques do tráfico de drogas".
— O poder público perdeu o controle dali. Já criamos um grupo de trabalho para pedir auxílio às forças de segurança. Precisamos desse socorro, temos certeza que elas vão nos ajudar. As denúncias falam sobre traficantes ameaçando os funcionários do BRT, ficando impossível das estações operarem — afirmou Messina em relação ao trecho da Transoeste.
Messina recorreu ao secretário municipal de Ordem Pública, coronel Paulo Amendola, e ao secretário municipal de Transportes, coronel Diógenes Dantas Filho, que pediram a ação das forças de segurança.
Ainda de acordo com Messina, os veículos do BRT estão rodando na região da Avenida Cesário de Melo sob ordem do tráfico e são obrigados a parar na estação sob ameaça dos traficantes. Alguns ônibus foram alvos de pedras ao passar pelos terminais.
— Uma parte (da frota) roda e eles são obrigados a parar nas estações. Caso contrário, o tráfico joga pedra, atira. Os funcionários estão sofrendo ameaças. Está gravíssima a situação por lá — afirmou o secretário.
Procurados pelo EXTRA, a Secretaria de Segurança do Rio e o Comando Militar do Leste ainda não responderam aos questionamentos. No entanto, nas redes sociais, a Polícia Militar afirma que esteve nas estações do BRT citadas por Messina. "Não foram encontrados criminosos ocupando os locais". Ainda de acordo com a publicação na internet, a corporação está em contato constante com a segurança do consórcio.
Messina informou, à noite, que convidou o major Ivan Blaz, porta-voz da Polícia Militar, para visitar as estações do BRT nesta quarta-feira. Eles serão acompanhados pelo diretor de operações do consórcio.
— Os relatos trazidos pelo diretor de operações do BRT na reunião que aconteceu nesta terça-feira à tarde informam que essas cinco estações estão tomadas pelo tráfico, com cavaletes montados para venda de drogas e ameaças aos funcionários do serviço. O major Blaz me afirmou que essa situação não existe. Para acabar com essa conversa, vou até as estações acompanhado do major Blaz e do diretor de operações do BRT para ver o que tem e o que não tem — disse o secretário.
VANDALISMO EM MADUREIRA
Diante de todas as dificuldades para colocar a frota em circulação por falta de combustível, o sistema BRT foi alvo de criminosos na noite desta segunda-feira que, além de tentar roubar, vandalizaram a Estação Madureira Manaceia, do corredor Transcarioca. Com pedaços de granito, os ladrões quebraram o vidro da bilheteria da estação para tentar roubar o computador.
O sistema BRT foi bastante afetado pela greve dos caminhoneiros e chegou a interromper a circulação dos três corredores na madrugada de sábado. No início desta tarde, o BRT informou que o sistema saiu do plano de contingência para a operação normal, com exceção do trecho afetado pela falta de segurança. A partir das 14h, voltou a funcionar os serviços do trecho entre Madureira e Fundão. Depois das 16h, teve início a operação do articulados que atendem a estação Galeão.


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