terça-feira, 16 de setembro de 2014

Moradores testam BRT Transcarioca com extensão do corredor até a Penha

Rio - O sábado de sol foi um convite para os moradores da região da Zona Norte passearem no BRT Transcarioca, inaugurado neste sábado de manhã, com as estações Penha 1 e Penha 2. As duas ficam lado a lado: a primeira no sentido Barra da Tijuca e a outra sentido Penha. A medida foi tomada para dar mais fluidez ao trânsito.
O Transcarioca já transporta 142 mil por dia, com a previsão de alcançar aproximadamente 320 mil daqui a três semanas, quando inaugurar as estações Ibapina, Olaria, Cardoso de Moraes, Santa Luzia, Maré e Fundão, as últimas seis do consórcio.


A diarista Renata Faria Teixeira Lima, de 33 anos, aproveitou a folga para levar a família inteira para passear. “Não tínhamos nada para fazer em casa, então trouxe meus filhos, irmã e sobrinho para darem uma voltinha na Barra.” Uma voltinha mesmo, pois ela nem pretendia descer da plataforma. “Queria experimentar logo, não podia perder a oportunidade”, contou.
A empregada doméstica Rosângela Ribeiro, de 56 anos, demorava até oito horas por dia para ir e voltar do emprego em Jacarepaguá. Com o BRT, acredita que levará duas, e planeja o que fazer com o tempo vago.“Vou visitar mais minha filha, que mora em Anchieta, e beber cerveja com minha sobrinha.” Para ela, o Transcarioca foi a melhor coisa que aconteceu para a Zona Norte. “Tinha dias em que o povo cansava e ia andando da Taquara para a Praça Seca. Agora, vai ser bem rapidinho!” Ainda assim, ela tem medo da lotação do transporte, já que segundo ela, será a melhor opção para os passageiros. “Sem contar os que não respeitam a sinalização, já vi vários atravessando fora da faixa”, conta.
O BRT possui 39 quilômetros de extensão, incluindo dez viadutos (sendo um estaiado); nove pontes (duas estaiadas); três mergulhões; 41 estações inauguradas e seis em fase de conclusão, passando por 27 bairros como Curicica, Taquara, Vaz Lobo, Olaria e Ramos.
Comerciante sofre prejuízo 
Mas nem tudo são flores para os moradores da Penha. Com a construção do BRT, Monique Mendes e Silva, de 34 anos, que tem um salão de beleza no meio das saídas da estação Penha 2, tem visto sua clientela diminuindo a cada dia, mesmo com as promoções que tem feito para tentar amenizar os prejuízos.
“Disseram que iam fazer uma passagem bem aqui na porta, mas ela já amanheceu trancada. Acho que vão usar como saída de emergência”, lamenta ela, que planejava ampliar o negócio com a chegada da Transcarioca. “Eu ia colocar um anúncio semana que vem para contratar três cabeleireiras e três manicures. Mas, com isso da forma que está, nem sei o que vou acabar fazendo para manter as nove funcionárias que já tenho. Estou muito prejudicada!”


Nenhum comentário:

Postar um comentário