domingo, 23 de abril de 2017

Sindicato discute paralisação com motoristas e cobradores do Rio

Rodoviários vão decidir, em assembleia na segunda-feira, se aderirão ao movimento nacional contra a Reforma da Previdência , no dia 28

RIO - A direção do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio de Janeiro (Sintraturb Rio) realizará na segunda-feira, dia 24, às 15h, na sede da entidade, assembleia geral com motoristas e cobradores de ônibus das linhas convencionais, BRT, fretamento, escolar e demais seguimentos do setor de transportes, com a finalidade de aderir à paralisação nacional contra a Reforma da Previdência no dia 28.
O sindicato ressalta que a reforma acaba com o direito da aposentadoria do rodoviário e demais categorias, além de forçar a abertura de renegociação de reajuste salarial deste ano junto às empresas. Segundo Sebastião José, presidente do Sintraturb Rio, as mudanças que podem vir a ocorrer na Previdência vai afetar o setor de transportes de todo o país. Ele afirmou ainda que o fato de a Prefeitura do Rio não conceder reajuste de tarifa não pode ser motivo para que os empresários se neguem em abrir as negociações.
Rodoviários da Viação Vigário Geral fizeram paralisação na quinta-feira por conta do atraso de salárioDivulgação/ Sintraturb Rio
"Além da paralisação do dia 28, vamos discutir na assembleia o encaminhamento de um aditivo para as empresas proibindo a terceirização no setor. O mesmo encaminhamento será feito ao prefeito pedindo que ele baixe um decreto também proibindo a terceirização. Se as tarifas não são reajustadas, isso é um problema entre as empresas e a prefeitura. Não temos nada com isso", disse.
Rio Ônibus fala em crise e prefeitura nega aumento da passagem
O Rio Ônibus, associação das empresas, diz que a crise econômica está impactando o setor de transporte por ônibus, com a redução do número de passageiros, acentuada pelo aumento do desemprego. Afirma ainda que "o não cumprimento do contrato de concessão, assinado em 2010, tem agravado o equilíbrio econômico-financeiro das empresas, já que não houve a reposição de custos assumidos ao longo de 2016, como os reajustes de mão de obra e insumos, principalmente óleo diesel".
Como O DIA publicou na sexta-feira, o Sintraturb moveu ações, no início do mês, contra nove empresas de ônibus que prestam serviço no município por dívidas trabalhistas. Segundo fontes do setor, essas empresas, responsáveis pela operação de 155 linhas, correm sérios riscos de fechar. São elas: Viação Vigário Geral, Pégaso, Santa Maria, Litoral Rio, América, Madureira Candelária, São Silvestre, Vila Isabel e Estrela Azul.
Nesta semana, o prefeito Marcelo Crivella reafirmou que não vai conceder reajuste tarifário enquanto não houver novo acordo para garantir a climatização da frota. A passagem no Rio custa R$ 3,80 e o aumento foi negado este ano. Em 2014, a prefeitura, durante a gestão do ex-prefeito Eduardo Paes, fez acordo com o Ministério Público garantindo que 100% da frota seria refrigerada até dezembro de 2016, o que não ocorreu. A multa aplicada ao município pelo descumprimento foi de R$ 5 milhões.
O vice-prefeito e secretário municipal de Transportes, Fernando Mac Dowell, fez coro à fala do prefeito. “Estamos trabalhando para a população. Ninguém sai perdendo com a manutenção da tarifa dos ônibus, ninguém está quebrando e o usuário não tem prejuízo. A demanda cai justamente porque o preço aumenta, e isso ocorre em qualquer lugar”, declarou Mac Dowell.

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