terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Passageiros aprovam primeiro dia sem empresa de ônibus

Como medida de emergência, Consórcio Santa Cruz mobilizou frota para atuar em regime especial de operação
Rio - Usuários de 19 linhas de ônibus da Viação Algarve, que operava na Zona Oeste e que encerrou suas atividades nesta segunda-feira, aprovaram o primeiro dia de circulação sem a empresa. Como medida de emergência, as empresas do Consórcio Santa Cruz, do qual a Algarve fazia parte, mobilizaram sua frota para atuar em regime especial de operação. O fechamento da empresa foi antecipado pelo DIA na edição do último domingo.
Com o esquema montado pelas empresas, os intervalos entre os ônibus, segundo passageiros, caiu pelo menos à metade. “O tempo de espera nos pontos era de 40 minutos ou até uma hora. Ficávamos mofando no ponto. Hoje não fiquei mais de 20 minutos. Acredito que haverá mais ônibus e uma melhor organização. As empresas novas vão querer mostrar trabalho e continuar com as linhas”, afirmou o empresário Bruno Alves, de 30 anos, que junto da esposa Marilaine e do filho, Braian, 8, embarcou num ônibus da linha 759 (Cesarão - Coelho Neto).


As linhas que ganharam reforço são 388, 750, 752, 754, 756, 759, 857, 858, 871, 872, 873, 881, 892, 2303, 2307, 2308, 2309, 2331 e LECD14. Entretanto, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores (Sintraturb) estima que cerca de 100 veículos deixarão de circular na região.
Para o especialista em engenharia de transportes da Uerj, Alexandre Rojas, é preciso que haja uma fiscalização nas linhas de ônibus de Santa Cruz para que o bom serviço continue. “Na certa não havia fiscalização e as linhas funcionavam de qualquer forma. Sem controle”, lembrou.
A Secretaria Municipal de Transportes informou que está analisando proposta apresentada ontem pelo consórcio Santa Cruz para ser implantada nos próximos 30 dias. No ano passado, outras quatro empresas encerraram suas atividades sob alegação de problemas financeiros.
Nesta quarta-feira, às 19h, no Largo do Machado, um grupo organiza, por meio de redes sociais, ato reivindicando a volta das linhas de ônibus extintas pela prefeitura. 
Dona da Algarve alega que teve recursos bloqueados
O dono da Viação Algarve e de quatro empresas fechadas em 2015 (Andorinha, Rio Rotas, Top Rio e Translitorânea), Álvaro Lopes, alega que a situação financeira do grupo ficou insustentável porque as companhias foram alvo de execuções em processos trabalhistas da antiga Viação Oeste Ocidental. Cassada pela prefeitura em 2009, esta empresa era permissionária de muitas linhas que ele assumiu após a licitação do serviço de ônibus de 2010. 
Segundo o empresário, na licitação, essas linhas foram delegadas para a Algarve, Andorinha e Rio Rotas, do Consórcio Santa Cruz. As dívidas trabalhistas então foram assumidas pelas companhias. Como são do mesmo grupo, a Top Rio e a Translitorânea foram atingidas. “Nesses anos, quase todos os dias tivemos a receita de 100% de vale-transporte bloqueada.” Lopes promete pagar os 524 demitidos da Algarve nesta sexta-feira.
Colaboração de Gustavo Ribeiro




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