domingo, 19 de abril de 2015

Prefeitura paralisa obras em comunidades por ordem de traficantes

Iniciativas estão paradas ou em marcha lenta.
Rio - Na capital fluminense, onde traficantes e milicianos há décadas impõem a lei do terror nas comunidades carentes, bandidos passaram a demonstrar ainda mais ousadia. O DIA constatou que obras públicas para a melhoria do cotidiano dos moradores estão emperradas ou em ritmo lento por conta da influência de criminosos. Nas regiões conflagradas pela violência, até as ações governamentais têm que passar pelo crivo das quadrilhas. 
Exemplos de como grupos fora da lei decidem o que pode ou não ser feito não faltam. É o caso das estações do BRT Transoeste de Cesarão II e Vila Paciência, em Santa Cruz, que estão inoperantes desde janeiro. O próprio consórcio responsável pelo sistema informa que o fechamento ocorreu “em função de atos de vandalismo”. As estações foram incendiadas e depredadas por ordem de bandos armados, após operações policiais na Favela do Rola. Desde então, o governo municipal tenta reformar os pontos de ônibus articulados, sem sucesso. 


“Funcionários estiveram aqui com equipamentos e tintas, mas a bandidagem, por meio de motoqueiros, mandou recado para irem embora. À noite transformam as estações em bocas de fumo, onde o crack é a principal oferta”, conta X., de 45 anos, que mora nas imediações da Cesarão II. 
Indignados, moradores ressaltam que o terminal, na Av. Cesário de Melo, fica em frente a um Posto de Policiamento Comunitário (PPC) da PM, que mantém um ‘caveirão’ (blindado) da corporação parado ao lado da unidade, sem nenhum policial para operá-lo. No meio da tarde de quarta-feira, os dois PMs de plantão saíram para fazer rondas e a unidade ficou vazia. 

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