quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Símbolo do Largo do Tanque, chafariz desaparece após obras da estação do BRT

Monumento substituía tanque de pedra, construído em 1875, que deu nome ao bairro de Jacarepaguá.



RIO — No fim do século XIX, entre a Freguesia e a Taquara, em Jacarepaguá, uma área era utilizada como parada obrigatória por cavaleiros e condutores de bondes movidos a tração animal. Um grande tanque de pedra, construído em 1875, servia para burros e cavalos beberem água. O tempo passou e, em torno do chamado Largo do Tanque, formou-se o bairro com o mesmo nome. No século XX, já sem função, o tanque foi removido e, no local, a prefeitura instalou um chafariz. Motivo de orgulho para moradores, a obra desapareceu com a construção de uma estação do sistema BRT.

— O tanque de pedra foi retirado nos anos 40. O chafariz foi uma homenagem a um local muito utilizado pela população nos tempos do Império. Acho uma pena o chafariz não continuar ali, porque era um monumento que ajudava a entender a origem do nome do bairro — lamenta Carlos Araújo, historiador e morador.

Os moradores mais antigos também reclamam do desaparecimento do símbolo mais importante da história do bairro. É o caso do aposentado João Carlos de Oliveira, de 76 anos, que mora no Tanque desde 1948.

— Existe beleza em tudo que é antigo. É pena que não tenham valorizado nosso patrimônio — diz Oliveira.

A assistente social Sônia Miranda também se queixa da reforma no Largo do Tanque:

— Sumiram com o chafariz, que era muito lindo. Quando colocaram esse mar de cimento, deveriam ter aproveitado o chafariz. Foi uma agressão ao nosso bairro.

A Secretaria de Conservação de Serviços Públicos, por meio da Gerência de Monumentos e Chafarizes, informa que não recebeu para guarda o chafariz do Largo do Tanque, algo que é um procedimento padrão em caso de intervenções de empresas contratadas pela prefeitura em áreas com monumentos. O órgão destaca que, segundo o contrato firmado entre a prefeitura e o consórcio vencedor da licitação das obras do corredor expresso, a companhia se torna responsável por qualquer dano ao patrimônio.

A secretaria diz que vem cobrando a devolução do chafariz e estuda a possibilidade de instalar a peça em outro ponto da região. Promessa de mais polêmica.



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