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Ônibus da marca Iveco, única a registrar crescimento no acumulado do ano. Indústria reflete nível baixo de investimentos de outros setores
O segmento de urbanos continua registrando o pior desempenho, mas rodoviários também não refletem cenário positivo
ADAMO BAZANI
Ainda reflexo da crise econômica brasileira, da retração de investimentos públicos e privados e das dificuldades de crédito, a produção de ônibus registrou no acumulado de dez meses, entre janeiro e outubro deste ano, queda de 34,7% em comparação ao mesmo intervalo de 2014. Os dados são da Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores e foram divulgados nesta sexta-feira, 06 de novembro de 2015.
Foram fabricados, segundo o levantamento, 19 mil 912 chassis e nos dez meses do ano passado, saíram das linhas de produção 30 mil 489 plataformas e miniônibus montados.
Ainda por causa dos atrasos nas obras de mobilidade e do desaquecimento econômico, mais uma vez a produção de chassis de ônibus urbanos foi a que registou o pior quadro. A queda é de 41,9%, com 14 mil 629 veículos.
O segmento de ônibus rodoviários encontra-se numa situação melhor, fruto da necessidade de renovação de uma frota que é mais antiga que a dos urbanos e, principalmente, devido à regulamentação pela ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres de cerca de duas mil linhas interestaduais e internacionais, que deve ser concretizada no início de 2016, depois de uma queda de braço desde 2008 entre governo federal e empresas sobre a forma de concessão das linhas.
No entanto, apesar do cenário mais favorável, o segmento de rodoviários registou queda de 0,6%, com 5 mil 283 chassis produzidos.
LICENCIAMENTOS SOMAM QUEDA DE 36%
Os licenciamentos de ônibus, segundo o balanço da Anfavea, registraram de janeiro a outubro deste ano queda de 36% em comparação com semelhante período do ano passado, com 14 mil 604 veículos.
Com exceção de Iveco, todas as marcas registram quedas nas vendas.
Os números por fabricante, referentes ao período entre janeiro e outubro, são os seguintes:
1º) Mercedes-Benz: 7 mil 323 ônibus – queda de 29,9%.
2º) Volkswagen/MAN: 3 mil 121 ônibus – queda de 44,6%
3º) Agrale (incluindo os miniônibus Volare): 2 mil 017 ônibus – queda de 36%
4º) Iveco (incluindo os miniônibus Neobus CityClass): 1 mil 53 ônibus alta de 98,3%
5º) Volvo: 743 ônibus – queda de 48,4%
6º) Scania: 304 ônibus – queda de 66,5%
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes.
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