Fiscalização, só a popular. Cansados de esperar por uma ação da prefeitura ou do consórcio BRT, um grupo de três pessoas, tendo à frente o presidente da Associação de Moradores da Favela do Rola, em Santa Cruz, se reveza em várias idas diárias à estação Cesarão II, do Transoeste, para convencer os usuários de crack a não ocuparem mais o local. A vigilância dos moradores, no entanto, não impediu que o EXTRA flagrasse nesta terça-feira, dentro da estação abandonada, sinais claros de que o espaço ainda é utilizado por usuários de drogas: um cachimbo para fumar crack e um papelote de cocaína vazio, além de preservativos usados.
— Não temos como vigiar durante a madrugada, mas de dia e até à noite viemos aqui várias vezes e temos conseguidos mantê-los afastados, só na base da conversa. Explicamos que precisamos da estação desocupada, e eles atendem — afirmou o líder comunitário Osvaldo Cardoso.
Luiz Maurity, de 41 anos, um dos “fiscais”, disse que comprou a briga em nome da população de bem das comunidades do Cesarão e do Rola, prejudicada pelo fechamento desta estação e da Vila Paciência. A doméstica Margarete Pereira, de 40, é uma delas:
— Moro a poucos metros da estação, mas tenho de andar um pedação.
O Consórcio BRT informou que está levantando os custos para reativar as estações e que ainda não há como definir prazos. A Secretaria municipal de Transportes afirmou que os estudos para a reabertura das estações estão sendo elaborados pela prefeitura e que, “não há uma data para que elas voltem a operar”.
Três estações inoperantes
O EXTRA flagrou usuários de crack ocupando a Cesarão II, em 19 de março, um dia após denunciar a existência de três estações inoperantes no Transoeste. A outras duas são Vila Paciência, também destruída em protesto, e a Maria Tereza,que, segundo a prefeitura e consórcio BRT, atenderá demanda a ser gerada pela ligação Campo Grande-Alvorada, ainda em projeto. No dia 23, o prefeito Eduardo Paes anunciou que Cesarão II e Vila Paciência seriam reconstruídas, mas não definiu data. Na mesma ocasião, a Secretaria de Transporte ameaçou multar o consórcio se não normalizasse o serviço.
Nenhum comentário:
Postar um comentário