domingo, 31 de janeiro de 2016

Linhas de ônibus encurtadas pela prefeitura do Rio circulam quase vazias, dizem motoristas e despachantes

EXT CI - Rio, 27/01/2016, Linhas de ônibus encurtadas - Algumas linhas de ônibus tiveram seus trajetos encurtados, diminuindo o número de passageiros. Na foto, ônibus da linha 464 em Vila Isabel. Foto: Márcio Alves / Agência O Globo

Sábado de manhã. Um motorista da linha 464 (Maracanã-Praia de Botafogo) faz sua segunda viagem sem passageiros, aproveitando a solidão no coletivo para ouvir um axé pelo seu celular. Sem se identificar, ele explica: desde que a linha teve seu percurso encurtado — antes, o ponto final era no Leblon, na Zona Sul do Rio —, os passageiros diminuíram.
— Eles sumiram, ninguém quer fazer baldeação.
O sumiço dos usuários não é exclusividade dos fins de semana. Nem da 464. Nas linhas 433 (Vila Isabel-Praia de Botafogo) e 434 (Grajaú-Praia de Botafogo), que também diminuíram o trajeto, despachantes e motoristas confirmam que há menos passageiros — e estimam uma queda de 50%.
— Antes, carregava cerca de 500 passageiros entre 7h e 12h. Agora, tenho carregado pouco mais de 200 — diz o motorista da 433. — Não sei se eles estão pegando metrô ou pagando pelo táxi, mas estão buscando alternativas.
Vendedor de doces na Praça Tobias Barreto, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio — ponto final da linha 464 —, Jorge Silvestre, de 50 anos, reclama que as mudanças enfraqueceram seu negócio.
— Eu costumava chegar na praça para trabalhar às 6h, mas vi que não valia a pena, porque não tinha quase ninguém. Passei a chegar às 9h, quando começa a ter mais gente — diz Jorge.
EXT CI - Rio, 27/01/2016, Linhas de ônibus encurtadas - Algumas linhas de ônibus tiveram seus trajetos encurtados, diminuindo o número de passageiros. Na foto, vendedor Jorge Silvestre de Oliveira no ponto final da linha 464, em Vila Isabel. Foto: Márcio Alves / Agência O Globo
EXT CI - Rio, 27/01/2016, Linhas de ônibus encurtadas - Algumas linhas de ônibus tiveram seus trajetos encurtados, diminuindo o número de passageiros. Na foto, vendedor Jorge Silvestre de Oliveira no ponto final da linha 464, em Vila Isabel. Foto: Márcio Alves / Agência O Globo Foto: Márcio Alves / Agência O Globo
Uma das justificativas da SMTR para a racionalização é que muitas linhas circulavam com ônibus vazios, pois faziam trajetos semelhantes. Para o engenheiro de tráfego e professor da Uerj Alexandre Rojas, o projeto pode ser um tiro no pé para desafogar o trânsito. Insatisfeitos em fazer baldeação — 20% dos passageiros passaram a pegar duas conduções após a mudança, segundo a Secretaria municipal de Transportes —, alguns podem preferir o carro:
— Quando o passageiro vê dificuldades, escolhe o carro. Essa medida, que era para melhorar o tráfego, pode aumentar a quantidade de veículos — diz o especialista: — Os órgãos deveriam avaliar essas mudanças, ouvir o que os usuários têm a dizer. Pode ser que o sistema original seja melhor do que esse. Não há problema nenhum em admitir que erraram.
Sobre o esvaziamento das linhas, a SMTR justificou que “os ônibus estão oferecendo mais conforto aos passageiros e esse era um dos objetivos da racionalização”. Questionado, o RioÔnibus não comentou sobre a redução do número de passageiros, nem se isso prejudica financeiramente as empresas responsáveis.
O serviço das linhas 433, 434 e 464 foram divididos, segundo a secretaria. As linhas agora ligam os passageiros da Grande Tijuca à Lapa e quem quiser sair da Zona Norte para a Zona Sul pode usar os ônibus que passam pelos túneis Rebouças e Santa Bárbara, que são a 432 e a 435.
Ainda não foram divulgados relatórios oficiais com a quantidade de usuários das linhas encurtadas. A SMTR informou que os dados são gerados a cada 45 dias e os relatórios de dezembro — primeiro mês após o encurtamento das linhas 464, 433 e 434 — estarão disponíveis em fevereiro.
A secretaria informou, ainda, que 70% dos usuários já utilizam o Bilhete Único e que o cartão pode ser adquirido nas lojas RioCard, nas bilheterias do BRT, nas máquinas de autoatendimento e no site.
O Ministério Público do Estado do Rio informou que vai recorrer da decisão da Justiça, que indeferiu o pedido de liminar do órgão para impedir as alterações nos ônibus.
Falta de informação nos pontos de ônibus
Apesar de a racionalização das linhas que passam pela Zona Sul ter começado em outubro do ano passado, os usuários ainda dividem dúvidas nos pontos de ônibus. O estudante de Recife André Araújo, de 17 anos, que o diga. No Rio para fazer turismo, ele e a prima ficaram por mais de 40 minutos num ponto de Copacabana, Zona Sul do Rio, à espera do já extinto 511, que levava ao bairro da Urca. Culpa da placa do ponto, que ainda sugere o uso da linha.
— A gente não queria pegar táxi, mas já estava pensando em andar mais e pegar o metrô — disse André, que só desistiu de esperar após ser avisado pela equipe do EXTRA que seu ônibus não chegaria.
EXT CI - Rio, 27/01/2016, Linhas de ônibus encurtadas - Algumas linhas de ônibus tiveram seus trajetos encurtados, diminuindo o número de passageiros. Na foto, André e Aparecida no ponto de ônibus da Nossa Senhora de Copacabana, em Copa. Foto: Márcio Alves / Agência O Globo
EXT CI - Rio, 27/01/2016, Linhas de ônibus encurtadas - Algumas linhas de ônibus tiveram seus trajetos encurtados, diminuindo o número de passageiros. Na foto, André e Aparecida no ponto de ônibus da Nossa Senhora de Copacabana, em Copa. Foto: Márcio Alves / Agência O Globo Foto: Márcio Alves / Agência O Globo
Um motorista da linha 434, que não quis se identificar, diz que a falta de informação confunde os passageiros e sobrecarrega motoristas e trocadores, solicitados o tempo todo:
— Todo mundo para o motorista para perguntar, às vezes sobre linhas que eu nem conheço. Se a gente ficar dando informação o dia todo, nem dá para trabalhar mais.
A SMTR disse que a comunicação com o passageiro é responsabilidade do RioÔnibus.
Segundo o RioÔnibus, agentes de informação estiveram em 94 pontos de grande movimentação de passageiros, distribuindo 600 mil folhetos da semana anterior às mudanças até a semana seguinte. Cerca de 2.150 cartazes foram colados nos ônibus e em pontos de parada, e placas foram instaladas nos pontos finais das linhas alteradas. “Todas as informações em folhetos, cartazes e placas passam pela aprovação prévia da Secretaria Municipal de Transportes”, assim como os pontos e a quantidade de panfleteiros, informou o consórcio.


Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/linhas-de-onibus-encurtadas-pela-prefeitura-do-rio-circulam-quase-vazias-dizem-motoristas-despachantes-18575372.html#ixzz3yr7Ch740

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Uma semana sem Algarve. Como estão os passageiros da Zona Oeste?




No início da semana a população foi surpreendida com a notícia sobre a falência da Empresa​
​de Viação Algarve, que era consorciada do Consórcio Santa Cruz e operava 22 linhas na Zona Oeste da cidade.
Após o anúncio da falência da Algarve, o Consórcio Santa Cruz montou um plano de contingência para que a população continuasse sendo assistida pelas linhas que eram operadas pela empresa. 
Empresas como a Transportes Barra, Expresso Recreio e Auto Viação Jabour entraram em ação e mantiveram as linhas em operação.
As empresas estão divididas entre as linhas da seguinte maneira:
Uma semana sem Algarve. Como estão os passageiros da Zona Oeste?


Urbanas:


752 - Conjunto Palmares x Coelho Neto - Expresso Pégaso
756 - Santa Cruz x Coelho Neto - Transportes Barra​
759 - Cesarão x Coelho Neto - Transportes Campo Grande e Viação Jabour
892 - São Benedito x Santa Cruz (Via Matadouro) - Expresso Pégaso

Frescão:



​2303 - Cesarão x Carioca - Expresso Recreio
2307 - 7 de Abril x Castelo - Expresso Pégaso e Viação Jabour
2308 - Cosmos x Carioca - Transportes Campo Grande
2309 - Urucânia x Carioca - Expresso Pégaso e Viação Jabour
LECD 8 - Sepetiba x Carioca - Expresso Pégaso
Alimentadoras:

​828A - São Jorge x Campo Grande - Expresso Pégaso
858A - São Fernando x Paciência - Transportes Campo Grande e Expresso Pégaso
870A - Santa Cruz x Sepetiba - A.V. Bangu e Expresso Pégaso
871A -  Sepetiba x Cesarão (via Croácia) - Viação Jabour
872A - Sepetiba x Cesarão (via praia de Sepetiba) - Viação Jabour
873A - Jardim 7 de Abril x Paciência - Expresso Pégaso
LECD 14 - Pingo D'água x Paciência - Viação Jabour
Inoperantes:

388 - Santa Cruz x Carioca
750 - Sepetiba x Coelho Neto
754 - São Fernando x Coelho Neto
857A - 7 de Abril x Paciência
881A - Vilar Carioca x Estação Vilar Carioca (Via Gouveia)

O Consórcio Santa Cruz luta para colocar em operação novamente as linhas que estão paradas ainda esta semana, mas vem encontrando dificuldades. 


quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Mais duas linhas de ônibus estão sem rodar na Zona Oeste

Anir: mais de uma condução

Outras duas linhas de ônibus da Zona Oeste, antes operadas pela Viação Algarve, que fechou, não estão rodando pela região: 750 (Sepetiba - Coelho Neto) e 881 (Vilar Carioca - Campo Grande). O EXTRA esteve ontem nos pontos finais, por cerca de duas horas em cada, e constatou o problema. Na terça-feira, a reportagem já havia mostrado que os passageiros da 388 (Santa Cruz - Carioca) também estão sem cobertura.
— O 750 era o único que ia até Coelho Neto. Na falta dele tenho de pegar mais de uma condução — afirmou a aposentada Anir Beth Pires Rodrigues, de 72 anos.
A Secretaria municipal de Transportes (SMTR) disse que ainda não houve tempo hábil para suprir 100% das linhas concedidas pela prefeitura ao consórcio Santa Cruz, que eram operadas pela Algarve. “Mais duas linhas retornarão nesta quinta-feira (hoje) e no decorrer da semana, as outras”, disse a SMTR, em nota.
O RioÔnibus disse que todas as sete empresas do consórcio Santa Cruz estão mobilizando sua frota para atuar em regime especial de operação. “O consórcio pede a compreensão dos passageiros por eventuais transtornos”, informou a nota.


Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/mais-duas-linhas-de-onibus-estao-sem-rodar-na-zona-oeste-18557251.html#ixzz3yZmOX0Nz

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Empresas de ônibus da Zona Oeste deixam de pagar uma em cada quatro multas da prefeitura

Veículos foram encontrados em péssimo estado de conservação

Quase uma em cada quatro multas (23%) aplicadas pela Prefeitura do Rio ao Consórcio Santa Cruz venceu sem ser paga, segundo dados da Secretaria municipal de Transportes. O consórcio, que opera as linhas de ônibus da Zona Oeste e do qual fazia parte a Viação Algarve — que faliu esta semana — é o primeiro em punições, acumulando 11.758 sanções entre 2010 e 2015, no valor de R$ 8,1 milhões.
As multas aplicadas ao consórcio praticamente equivalem ao montante do Internorte e do Transcarioca. Já as vencidas e não pagas correspondem a praticamente uma vez e meia o montante do Consórcio BRT.
Segundo a SMTR, as cerca de 30 mil multas aplicadas aos consórcios são por infrações ao Código Disciplinar dos Ônibus. Ainda segundo a secretaria, a má prestação do serviço fere um dos itens da cláusula nona do contrato de concessão: operar serviços de forma a garantir regularidade, continuidade, eficiência e conforto aos usuários.
Entre 2011 e 2015, foram aplicadas cinco multas contratuais aos consórcios, por este motivo, no valor de R$ 11.218.240,72, a maioria ao Consórcio Santa Cruz, que pagou 65%, recorre de 6% das sanções, tendo conseguido cancelar 1%. Outras 4% estão dentro do prazo para serem pagas.
A Secretaria de Transportes informou que com multas vencidas, os veículos não podem ser vistoriados. Os consórcios também podem ser inseridos na Dívida Ativa e ficar impedidas de participar de licitações públicas. Como último recurso, a prefeitura pode ainda recorrer à garantia contratual, que é o recolhimento de 2% dos investimentos feitos pelos consórcios para operar o sistema.
Respostas
Em relação às multas vencidas, os consórcios Internorte, Intersul, Santa Cruz e Transcarioca esclareceram que estão em processo de regularização com a SMTR para que inclusive as residuais das cinco consorciadas que paralisaram suas atividades, entre elas a Algarve, sejam revistas e pagas.
Segundo o Rio Ônibus e a SMTR, as 22 linhas estão sendo operadas em conjunto pelas empresas do Consórcio Santa Cruz. Segundo a secretaria, a fiscalização mostra que o plano emergencial está garantindo a mobilidade dos usuários. Paralelamente, técnicos do órgão analisam o plano de contingência.
Sobre a decisão da Justiça obrigando as empresas a devolverem o desconto de 50% do IPVA concedido em 2014, o Rio Ônibus diz que aguarda a orientação do governo do estado sobre o assunto, seguindo os trâmites da ação.


Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/empresas-de-onibus-da-zona-oeste-deixam-de-pagar-uma-em-cada-quatro-multas-da-prefeitura-18549668.html#ixzz3yU86jMk4

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Empresa de ônibus do Rio responsável por 19 linhas na Zona Oeste vai à falência

Em 2013, fiscais do Procon lacraram ônibus da Algarve

Consórcios de empresas de ônibus que atuam na Zona Oeste do Rio estão reorganizando a distribuição da frota, depois da falência da Algarve, responsável por 19 linhas na região.
Essa foi a quinta companhia a decretar o encerramento das atividades desde o ano passado, por problemas financeiros, apesar do reajuste de 11,7% no preço das passagens municipais. Também faliram a Translitorânea, a Rio Rotas e a Andorinha, do consórcio Santa Cruz, e a Top Rio, que dispensaram ao todo 2.300 trabalhadores, segundo números do sindicato que representa a categoria.
O sindicato dos rodoviários (Sintraturb) informou que outras quatro empresas estão em dificuldade financeira e que não conseguiram renovar a frota e instalar ar-condicionado nos coletivos. O Rio Ônibus, sindicato das empresas, declarou que o consórcio Santa Cruz elaborou um plano de contingência para que a oferta de ônibus para os usuários não seja comprometida.


Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/empresa-de-onibus-do-rio-responsavel-por-19-linhas-na-zona-oeste-vai-falencia-18536120.html#ixzz3yOHp41CF

Sem ônibus, passageiros da Zona Oeste pagam mais caro para chegar ao Centro s

Sem ônibus, Cícera e Mírian perderam entrevista de emprego
Sem ônibus, Cícera e Mírian perderam entrevista de emprego Foto: Fabiano Rocha / EXTRA
Geraldo Ribeiro
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O prometido plano de contingência para garantir o transporte aos moradores da Zona Oeste, após o fechamento da Viação Algarve, não funcionou bem para usuários de algumas das 19 linhas da região operadas pela empresa. Em Santa Cruz, enquanto a 892 (São Benedito - Santa Cruz), assumida pela Expresso Pégaso, mantinha intervalos regulares, os ônibus da 388 (Santa Cruz - Castelo) desapareceram. A equipe do EXTRA ficou por quase duas horas no ponto final do 388 e nem sinal de um coletivo da linha. O sumiço foi confirmado por passageiros, motoristas e despachantes.
Com isso, quem precisava chegar ao Centro tinha de pegar o trem ou desembolsar R$ 11 pelo frescão. Nesta segunda-feira, Cícera Pereira da Silva, de 46 anos, e Míriam da Silva, de 55 anos, desistiram da entrevista para um emprego temporário no carnaval, marcada para o meio-dia, no Caju, Zona Central do Rio. Sem dinheiro para o frescão, elas voltaram para casa.
— O trem não serve porque teríamos de descer em São Cristóvão e pegar um ônibus até o Caju. Outra opção seria ir até Campo Grande e pegar outro ônibus lá, mas não vai dar tempo — reclamou Míriam, dizendo ter chegado no ponto às 10h30m.
O consórcio Santa Cruz informou, por nota, “que as empresas do consórcio estão mobilizando sua frota para atuar em regime especial de operação desde sábado. O consórcio pede desculpas aos passageiros por eventuais transtornos e se compromete a tentar atender o máximo possível da demanda deixada pela Algarve”.
A Secretaria municipal de Transportes disse, também por nota, que o consórcio Santa Cruz apresentou na segunda-feira uma proposta de plano de contingência, que está sendo analisada pelos técnicos da secretaria, para ser implantado nos próximos 30 dias. A Algarve é a quinta empresa a fechar desde o ano passado.


Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/sem-onibus-passageiros-da-zona-oeste-pagam-mais-caro-para-chegar-ao-centro-18542133.html#ixzz3yOHbLjht

Passageiros aprovam primeiro dia sem empresa de ônibus

Como medida de emergência, Consórcio Santa Cruz mobilizou frota para atuar em regime especial de operação
Rio - Usuários de 19 linhas de ônibus da Viação Algarve, que operava na Zona Oeste e que encerrou suas atividades nesta segunda-feira, aprovaram o primeiro dia de circulação sem a empresa. Como medida de emergência, as empresas do Consórcio Santa Cruz, do qual a Algarve fazia parte, mobilizaram sua frota para atuar em regime especial de operação. O fechamento da empresa foi antecipado pelo DIA na edição do último domingo.
Com o esquema montado pelas empresas, os intervalos entre os ônibus, segundo passageiros, caiu pelo menos à metade. “O tempo de espera nos pontos era de 40 minutos ou até uma hora. Ficávamos mofando no ponto. Hoje não fiquei mais de 20 minutos. Acredito que haverá mais ônibus e uma melhor organização. As empresas novas vão querer mostrar trabalho e continuar com as linhas”, afirmou o empresário Bruno Alves, de 30 anos, que junto da esposa Marilaine e do filho, Braian, 8, embarcou num ônibus da linha 759 (Cesarão - Coelho Neto).


As linhas que ganharam reforço são 388, 750, 752, 754, 756, 759, 857, 858, 871, 872, 873, 881, 892, 2303, 2307, 2308, 2309, 2331 e LECD14. Entretanto, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores (Sintraturb) estima que cerca de 100 veículos deixarão de circular na região.
Para o especialista em engenharia de transportes da Uerj, Alexandre Rojas, é preciso que haja uma fiscalização nas linhas de ônibus de Santa Cruz para que o bom serviço continue. “Na certa não havia fiscalização e as linhas funcionavam de qualquer forma. Sem controle”, lembrou.
A Secretaria Municipal de Transportes informou que está analisando proposta apresentada ontem pelo consórcio Santa Cruz para ser implantada nos próximos 30 dias. No ano passado, outras quatro empresas encerraram suas atividades sob alegação de problemas financeiros.
Nesta quarta-feira, às 19h, no Largo do Machado, um grupo organiza, por meio de redes sociais, ato reivindicando a volta das linhas de ônibus extintas pela prefeitura. 
Dona da Algarve alega que teve recursos bloqueados
O dono da Viação Algarve e de quatro empresas fechadas em 2015 (Andorinha, Rio Rotas, Top Rio e Translitorânea), Álvaro Lopes, alega que a situação financeira do grupo ficou insustentável porque as companhias foram alvo de execuções em processos trabalhistas da antiga Viação Oeste Ocidental. Cassada pela prefeitura em 2009, esta empresa era permissionária de muitas linhas que ele assumiu após a licitação do serviço de ônibus de 2010. 
Segundo o empresário, na licitação, essas linhas foram delegadas para a Algarve, Andorinha e Rio Rotas, do Consórcio Santa Cruz. As dívidas trabalhistas então foram assumidas pelas companhias. Como são do mesmo grupo, a Top Rio e a Translitorânea foram atingidas. “Nesses anos, quase todos os dias tivemos a receita de 100% de vale-transporte bloqueada.” Lopes promete pagar os 524 demitidos da Algarve nesta sexta-feira.
Colaboração de Gustavo Ribeiro




Fechamentos de empresas de ônibus urbanos no Rio de Janeiro causam preocupação em população, trabalhadores e empresários

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

onibus
Ônibus da Algarve, a quinta empresa de ônibus a fechar as portas em menos de um ano no Rio de Janeiro.
Somente no ano passado, quatro companhias de ônibus encerraram as atividades. A mais recente, neste ano, foi a Algarve que a partir de hoje deixa de operar 19 linhas na zona oeste
ADAMO BAZANI
Com informações O DIA
O setor de transportes de passageiros está em alerta no Rio de Janeiro. Nesta segunda-feira, 25 de janeiro de 2016, mais uma empresa de ônibus deixa de operar, é a Viação Algarve, que integrava o Consórcio Santa Cruz, e operava 19 linhas na zona oeste do Rio de Janeiro. A empresa tinha 462 funcionários e em torno de 100 veículos.
De acordo com o Rio Ônibus, que é o sindicato que representa as companhias de ônibus, a situação das empresas, que já não era favorável desde o início do ano passado, piorou a partir de agosto. Uma parte desta realidade por causa da crise econômica no País, motivada pelo descontrole das contas públicas por parte do Governo Federal: houve uma queda de 12% na demanda de passageiros no estado do Rio de Janeiro e o desemprego em outros setores também afetou a emissão de Vales-Transportes. Segundo a entidade, 90 mil vales deixaram de ser comprados em 2015.
A preocupação também é muito grande entre os trabalhadores. Por causa do quadro econômico atual, quatro empresas de ônibus deixaram de operar no ano passado, o que representou 1.980 demissões. O Rio Ônibus diz que a maior parte destes trabalhadores foi aproveitada pelas empresas que assumiram as linhas e que a população sentiu menos o impacto do fechamento das companhias de ônibus.
De acordo com Sintraturb, sindicato que representa os trabalhadores, a situação atual é bastante preocupante se comparada com os números de outros anos . De 1982 até 2004, sete empresas fecharam. Em 2015, quatro empresas encerraram as atividades e agora, no início de 2016, foi a vez da Algarve. O Sindicato aposta que outras companhias podem fechar as portas ainda em 2016.
A Algarve é uma empresa do Grupo Breda Rio e surgiu, para a licitação de 2010, da cisão da Auto Viação Jabour.
Empresários, especialistas em mobilidade urbana e trabalhadores sugerem uma série de medidas para evitar o fechamento de outras empresas, mais demissões e até mesmo reflexos na operação para os passageiros. Entre elas, maior controle da gratuidade com restrições e uso de tecnologia como biometria facial, aumento dos subsídios para que haja um equilíbrio melhor nas contas do transporte e fontes externas de recursos, uma das ideias é, para todo o país, o direcionamento de parte da Cide, o chamado imposto sobre gasolina para subsidiar o transporte coletivo.
As empresas que encerraram as atividades recentemente foram:
2016
– Algarve (Consórcio Santa Cruz)
2015
– Translitorânea (Consórcio Intersul)
– Rio Rotas (Consórcio Santa Cruz)
– Andorinha (Consórcio Santa Cruz)
– Top Rio (Consórcio Internorte)
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

domingo, 24 de janeiro de 2016

Viação Algarve é a quinta a encerrar atividades em menos de um ano

Empresa opera 19 linhas de ônibus na Zona Oeste



Rio - Apesar das passagens de ônibus do Rio terem acabado de ser reajustadas em 11,7%, a situação de algumas empresas que operam o serviço na cidade não é das melhores. A partir desta segunda-feira, a Viação Algarve, que integra o consórcio Santa Cruz, fechará as portas e deixará de operar suas 19 linhas que cortam a Zona Oeste.
O Rio Ônibus, Sindicato das Empresas de Ônibus do Rio, garante que os passageiros não ficarão a pé. A instituição informou que acionou o plano de contingência e que as demais empresas do consórcio Santa Cruz irão dividir as linhas para não interromper o serviço aos moradores da região.



A Viação Andorinha, que fazia parte do Consórcio Santa Cruz, fechou e parou as operações no ano passado
Foto: Divulgação

A situação, no entanto, não deixa de ser preocupante. A Algarve já é a quinta empresa a fechar as portas em menos de um ano.
O vice-presidente do Sintraturb-Rio (que representa os rodoviários), Sebastião José da Silva, diz nunca ter presenciado situação como a atual. “De 1982 até 2014, só sete empresas fecharam. Em 2015, já são cinco e vêm mais por aí”, ressaltou.
As dificuldades, segundo o presidente do Rio Ônibus, Lélis Marcos Teixeira, pioraram a partir de agosto. Um dos motivos seria a retração de 12% da demanda de passageiros no estado desde então, influenciada pela queda no emprego: 90 mil vales- transportes deixaram de ser comprados em 2015.
Somente no ano passado, as quatro empresas que faliram cortaram 1.980 postos de trabalho. O Rio Ônibus informou que vai se reunir com o sindicato dos rodoviários para regularizar a situação dos empregados da Algarve e informou que as demais empresas do consórcio deverão absorver parte dos demitidos.
“O setor assumiu as linhas das empresas que fecharam em 2015 e reaproveitou a maioria dos demitidos. A preocupação é se daqui pra frente vamos conseguir segurar mais empregos”, diz Teixeira.
O executivo sugere medidas para enfrentar a crise, como aumentar o controle sobre o uso e concessão de gratuidades, através, por exemplo, da implantação de controle por biometria facial, contra uso indevido do benefício, o que cabe ao Legislativo e ao Executivo. Além disso, ele pede maior combate às vans ilegais e controle do Bilhete Único Carioca.
Especialistas defendem subsídios
Para o presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Cunha, a falta de subvenção pública ao transporte é uma razão para a crise. “Na maioria das cidades brasileiras, como o Rio, só a tarifa financia o serviço. As pessoas estão deixando de usar o transporte porque não têm recursos.”
O coordenador do Movimento pelo Direito ao Transporte, Nazareno Affonso, sugere a municipalização do imposto cobrado sobre a gasolina (Cide) para que as prefeituras possam subsidiar o transporte público, que, por ser um serviço essencial, deve ser custeado por toda a sociedade, e não só pelos passageiros. Outra fonte de recursos para financiar o transporte público, na opinião dele, deveria ser a criação de pedágio urbano e concessão pública de estacionamentos em troca de investimentos no setor.
Já o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ) avalia que, antes de se pensar em conceder subsídios, o setor deveria ter mais transparência. “Esse é um setor sem transparência. O controle da quantidade de passageiros e da razão do valor da passagem é feito pelas empresas”, ressalta.
Fecharam ano passado as empresas Translitorânea, do Consórcio Intersul; Rio Rotas e Andorinha, do Santa Cruz; e Top Rio, do Internorte.
Veja as linhas afetadas
A Algarve opera as linhas: 388, 750, 752, 754, 756, 759, 828, 857, 858, 871, 872, 873, 881, 892, 2303, 2307, 2308, 2309, 2331 e LECD14. Sebastião da Silva, do Sintraturb, avisa que outras empresas, como a Transporte Madureira Candelária, estão em situação difícil e podem ser as próximas fechar.