sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Comil demite 850 funcionários da sede em Erechim


onibus
Ônibus da Comil. Empresa pode parar a fabricação de urbanos
Produção de ônibus volta nesta sexta-feira em meio período
ADAMO BAZANI
A encarroçadora de ônibus Comil demitiu nesta quinta-feira, 1º de setembro de 2016, em torno de 850 funcionários da sede da companhia, em Erechim, no Rio Grande do Sul.
A companhia diz que sente a crise econômica brasileira e que por isso foi necessário ajustar a mão de obra ao nível de mercado.
A produção de carrocerias que estava parada desde segunda-feira só retorna nesta sexta em meio período do turno da manhã, das 7h20 às 12h35, com 15 minutos de intervalo.
A encarroçadora de ônibus também deve cortar a produção de modelos urbanos momentaneamente, focando apenas nos veículos rodoviários e de fretamento.
No início deste ano, a planta de Lorena, no interior de São Paulo, dedicada a ônibus urbanos, foi fechada por tempo indeterminado.
As demissões causaram revolta. O Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim, nesta quinta-feira, encaminhou ofício ao Ministério Público do Trabalho de Passo Fundo, responsável pela região, afirmando que os cortes ocorreram  “sem negociação com o Sindicato e sem critérios, contrariando o que estabelece a Lei.” O Sindicato informou, ainda, que a Comil desrespeitou o compromisso que havia assumido no Termo de Ajuste de Conduta firmado com o Ministério Público do Trabalho em junho deste ano de que só demitiria depois de negociações.
“Antes da entrada para o trabalho, na rua em frente à fábrica, os dirigentes do Sindicato informaram sobre a proposta que havia sido encaminhada pela empresa: pagamento das rescisões em 24 vezes, com parcelas de, no mínimo, um salário mínimo por mês. Ficou estabelecido que os dirigentes conversariam com os trabalhadores em todos os setores para organizar um assembleia geral para debater e deliberar sobre a proposta.  No entanto, logo depois que registraram o ponto, os trabalhadores foram separados em dois grupos e a um deles foi comunicado que estariam demitidos. Em seguida, todos foram dispensados” – diz nota do Sindicato.
Em nota, a Comil informou que a medida “é resultado da grave crise que o Brasil está enfrentando, com grande impacto no mercado de ônibus, que teve uma queda de mais de 60% nos últimos três anos” e que “lamenta se somar a outras empresas que, diante deste cenário, também realizaram demissões, mas como não há condições de se manter o atual efetivo de pessoal, oficializou a reestruturação. Já na próxima semana, a empresa iniciará um trabalho de suporte na recolocação para todos aqueles que desejarem”.
Em torno de 900 pessoas ainda estão trabalhando na Comil, mas elas mesmas se dizem incertas em relação ao futuro, muitas, inclusive, já enviaram currículos para outras empresas.
CALOTE DO GOVERNO FEDERAL CONTINUA:
Além da queda de vendas por causa da crise econômica, a Comil também amarga um calote de R$ 44 milhões por parte do Governo Federal.
Micro-ônibus do modelo Comil Piá foram vendidos para o “Programa Crack é Possível Vencer” muitos dos quais usados nas imediações estádios da Copa do Mundo.
O micro- ônibus possuem tecnologia para recebimento de pessoas que dependem desse entorpecente, câmeras e até materiais médicos.
A dívida foi contraída na gestão Dilma Rousseff e o governo ainda não pagou.
Os R$ 44 milhões poderiam auxiliar a Comil inclusive a manter alguns funcionários.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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