Ônibus Mercedes-Benz em concessionária. Crise econômica afetou venda de comerciais pesados
Com o novo plano, empresa pretende desligar 1.400 funcionários de São Bernardo do Campo
ADAMO BAZANI
A Mercedes-Benz anunciou nesta quarta-feira, 24 de agosto de 2016, que vai suspender as demissões de 1.800 trabalhadores previstas para acontecer já nesse mês de setembro na planta de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
A montadora de ônibus e caminhões fechou um acordo com Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
A empresa abriu novo PDV – Programa de Demissão Voluntária que, segundo a companhia, tem como principal vantagem o valor fixo de R$ 100 mil, independentemente do tempo de casa e da idade do trabalhador.
O período para adesão ao novo PDV vai até o dia 31 de agosto.
A fabricante de ônibus e caminhões se diz afetada pela crise econômica que influencia o ritmo de produção e demanda de veículos comerciais pesados.
O novo acordo com o sindicato dos metalúrgicos prevê os seguintes tópicos, segundo nota enviada ao Blog Ponto de Ônibus:
– Estabilidade de emprego até 31.12.2017;
– Não reposição da inflação de 2016 nos salários do próximo ano;
– Adotar novas medidas para administrar o excedente que ainda permanecerá na unidade
“No decorrer das negociações com o Sindicato, a Empresa reiterou a necessidade de reduzir o excesso de pessoas diante de uma ociosidade permanente nos últimos dois anos, acima de 50%, o que tem comprometido a sua operação no País.
Com o novo acordo, a Mercedes-Benz apresenta mais uma alternativa aos seus colaboradores para suportar os efeitos da forte crise econômica no Brasil.
Consciente de sua responsabilidade social, a Empresa tem gerenciado o excedente nessa fábrica desde 2014. Desde então, não tem medido esforços para adequar suas operações à realidade do mercado interno, mas, principalmente, trazer soluções aos seus colaboradores que amenizassem os efeitos da crise, que tem afetado toda a sociedade brasileira.” – diz ainda a nota.
Desde o último dia 15 de agosto, a produção de ônibus, caminhões, motores e equipamentos na planta de São Bernardo do Campo está parada, com aproximadamente 9800 funcionários em licença remunerada.
“É a luta e a união dos companheiros que garantiram a abertura do processo de negociação para construir o acordo… empresa topou discutir outros mecanismos para quem ficar na fábrica com estabilidade até dezembro de 2017, como o layoff rotativo, licença remunerada e Programa de Proteção ao Emprego”, disse em outra nota o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Aroaldo Oliveira da Silva.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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