domingo, 22 de maio de 2016

Bangu é a 6ª viação a fechar em um ano no Rio

Ônibus da viação circulavam em situação precária

A Viação Bangu, que operava linhas nas zonas Oeste e Norte do Rio, foi fechada no dia 12 , segundo o consórcio Santa Cruz, do qual a empresa fazia parte, devido a problemas financeiros. Sexta empresa de ônibus a fechar desde abril de 2015 — quinta na Zona Oeste —, a viação tinha 180 coletivos, segundo o Rio Ônibus, e, em janeiro deste ano, fez quase dois milhões de viagens (em média 64,5 mil por dia) em suas 23 linhas, de acordo com o “Transparência Mobilidade”.
As justificativas para a crise, segundo o Rio Ônibus, sindicato que representa as empresas, são duas: queda no número de passageiros — de 14% de 2014 para 2015 — e a “concorrência desleal de vans e kombis”, com preços mais baixos — enquanto a viagem de coletivo custa R$ 3,80, de van custa R$ 3.
Problemas semelhantes, diz o consórcio, levaram ao fechamento das outras empresas: Rio Rotas, Andorinha, Top Rio e Algarve, que rodavam na Zona Oeste, e Translitorânea, que fazia trajetos na Zona Sul, Tijuca e Jacarepaguá.
Apesar do fim da Bangu, o Rio Ônibus informou que os passageiros não foram prejudicados, já que “um plano de contingência com 100 ônibus está em operação”. Procurada, a Secretaria municipal de Transportes afirma estar analisando o plano do consórcio e que, também desde ontem, fiscais estão nas ruas monitorando a circulação das linhas antes operadas pela empresa. A fiscalização, segundo a SMTR, também é feita por GPS.
A secretaria também respondeu sobre os problemas financeiros alegados pela empresa. “A tarifa modal é calculada considerando o aumento dos custos para a prestação do serviço, como mão de obra, combustível, pneus, lubrificantes e depreciação dos veículos”, disse o órgão.
O consórcio Santa Cruz afirma que está tentando negociar com o Sindicato dos Rodoviários para “assegurar o pagamento dos salários atrasados e das verbas rescisórias”.
Moradores reclamam
Embora o Rio Ônibus alegue “concorrência desleal” do transporte alternativo, moradores de Realengo, um dos bairros que eram atendidos pela Viação Bangu, afirmaram que a van, muitas vezes, é a única opção:
— Como não optar por uma van se a linha de ônibus possui poucos carros rodando e, depois das 22h, demora a passar? — indaga a publicitária Monique Lima, de 27 anos — Tem trajetos que nem são feitos pelo ônibus, então a única alternativa é, mesmo, a van.
Também moradora de Realengo e sem opção de outra empresa de ônibus para chegar onde mora, a estudante Fernanda Costa, de 27 anos, também reclama da viação:
— Só para dar um exemplo, existe uma linha 741 aqui em Realengo e o ônibus passa de uma em uma hora, enquanto as vans saem de cinco e cinco minutos. Os coletivos são ultrassucateados, a passagem só aumenta e não tem melhora nenhuma. Aí quem utiliza tem que ficar refém desse serviço? Por que não melhoraram? — questiona.
A Coordenadoria Especial de Transporte Complementar, responsável pela fiscalização de transporte irregular, informou que fiscaliza diariamente a região: 614 autuações foram aplicadas na Zona Oeste este ano — 27 em Realengo — para acabar com vans piratas.


Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/bangu-a-6-viacao-fechar-em-um-ano-no-rio-19297935.html#ixzz49QMravob

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